Direto do Notícias Daqui (link ao lado)
O Partido Socialista Brasileiro vem sendo sistematicamente bem votado em Macapá. Em 2000, o candidato do PSB à prefeitura, eleito, obteve 36% dos votos válidos , contra 35% do adversário. Nas eleições ao governo de 2002, o candidato do partido, Claudio Pinho, ficou em 2o lugar no 1o turno aqui na capital, obtendo 26% dos votos válidos, contra 38% do vencedor daquela eleição, Waldez Góes(PDT) e 21% da governadora em exercício durante aquela eleição, Dalva Figueiredo(PT) . Nas eleições para prefeitura em 2004, Janete Capiberibe ficou em 2o lugar, obtendo 29% dos votos, o primeiro colocado, João Henrique Pimentel(PT), obteve 41% dos votos válidos e Sebastião Rocha Bala teve 21%, mesmo contando com o apoio do governador Waldez Góes e o peso da máquina governamental.
Nas eleições de 2006, em Macapá, o atual governador Waldez Góes obteve 50% dos votos, contra 40% dos votos dados a João Capiberibe, que saiu sozinho sem nenhuma coligação. Considerando que Waldez Góes contou com uma mega coligação(o prefeito de Macapá e todos os vereadores, com exceção de um, o apoiavam, também faziam parte da base de Waldez 22 deputados estaduais, toda a bancada federal); um esquema estratégico eleitoral que tinha um candidato laranja, Errolflynn do PT, cujo único objetivo era criticar o ex-governador João Capiberibe, que quase não tinha tempo no Horário Eleitoral gratuito para responder; Góes contou ainda com a complacência da mídia local.
Isso mostra que em Macapá a força do PSB é inquestionável, certo? Certo. Mostra também que nenhuma análise deveria deixar o PSB de fora, certo? Certo. Porém, na prática não é isso que acontece, a força do PSB é muitas vezes ignorada por comentaristas políticos e jornalistas de plantão, que desprezam o potencial eleitoral do partido em Macapá.
Apesar de ignorado publicamente, o PSB vem sendo extremamente assediado nos bastidores. Em Santana recebeu duas ofertas para indicação de candidatura a vice; no Laranjal do Jarí e no Oiapoque o partido do vice governador Pedro Paulo Dias investe na possibilidade de obter o apoio do PSB. No sábado, o deputado estadual socialista Camilo Capiberibe se encontrou com o candidato do PP à prefeitura de Oiapoque, Agnaldo do Posto e com o vereador Nilton Castilho, com quem discutiu possibilidade de aliança.
Em Macapá uma aliança PSB e PSol já está bastante avançada. PMN e PPS continuam conversando para definir sua entrada ou não na coligação de oposição. Os nomes possíveis até agora são o de Randolfe Rodrigues, pelo PSol e o do deputado Camilo Capiberibe pelo PSB.
Flashback
Enquanto isso, no lado oposto, a união e a harmonia cunhadas a peso de ouro em 2006 estão cada vez mais difíceis de serem alcançadas. À mesma medida que a oposição se articula, a situação se esfarela. O deputado Evandro Milhomem já pendurou os cargos que ocupa no governo do Estado na conta das eleições de 2006, quando ele apoiou a reeleição de Waldez Góes e insiste na sua candidatura sem deixar o governo. O DEM, com Davi Alcolumbre já tem aliança garantida com o PSDB do senador Papaléo Paes. A aliança, costurada nacionalmente ignora completamente os desejos do presidente da Assembléia Legislativa, Jorge Amanajás, que é cacique do PSDB no Amapá, ele está articulando pela candidatura de Roberto Góes(PDT) a revelia de seu partido. O ex-deputado Lucas Barreto pode cerrar fileiras junto a Davi, mas não rechaça totalmente uma união com o PSB. Estão ainda no páreo João Trajano, que tentará defender o espólio político do atual prefeito João Henrique - se é que ele existe – Há também Moisés Souza(PSC), um aventureiro obestinado e Dalva Figueiredo(PT), que não pretende se submeter e ser laranja como o candidato do partido nas últimas eleições. No topo de tudo isso, o governador Waldez Góes está tendo que intermediar e tentar conter uma guerra pela sua própria sucessão, o grupo de Jorge Amanajás – pré-candidato desde já ao trono de Waldez em 2010 – e o grupo do vice-governador Pedro Paulo Dias, que também está de olho nas eleições de 2010 e costura politicamente uma candidatura sua ao governo.
O senador licenciado Gilvam Borges estaria aqui, licenciado do senado, para tentar reeditar o acordo de 2006, mas não está sendo uma tarefa fácil. Acostumados com um esquema político covarde, que incluiu em primeiro lugar, o silêncio e a omissao– provocados pela falta de tempo na televisão e rádio para a oposição e pelo pagamento de jabá para uma parte da imprensa; em segundo lugar ,a falsa idéia de união – garantida pela troca de favores com aliados; e em terceiro lugar pelo trabalho de última hora, que inclui asfalto e inauguração de obras intermináveis inciadas dois, três anos antes da eleiçnao; aqueles que se beneficiaram disso nas últimas eleições começam a colocar suas barbas de molho, pois o quadro que se desenha não é tão azul assim.
Tudo isso para dizer que subestimar a força do Partido Socialista Brasileiro em Macapá, é como ignorar a existência de um elefante na esquina. Você pode até fingir que não vê, mas o elefante continuará lá. E como todo mundo sabe, um elefante incomoda muita gente…
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