Não posso de modo algum me associar aos que aplaudiram a ação da Prefeitura na última sexta feira, no centro de Macapá. Agrediram os trabalhadores informais, sem ao menos dar-lhes uma via alternativa para o exercício das suas atividades, que em muitos casos, constituem o alicerce central do orçamento familiar dessas pessoas que foram por incompetência política daqueles que governam o nosso destino, obrigados a optar pela informalidade, sem a mínima garantia institucional.
Compreendo que o município deve de fato fazer valer o Plano Diretor e as demais leis que tratam dessa questão da ocupação do solo, do espaço urbano, etc., mas não admito, como munícipe, que a maior autoridade do município tente se esconder atrás de uma normativa do ministério público, afinal de contas, nós não votamos em Promotores, Juízes e demais autoridades dessa estirpe, portanto, aos que se dispõem ao exercício da representatividade, cabe no mínimo o respeito junto ao seu povo. Se a Prefeitura ou o Governo, ainda não concretizaram o tão falado shopping popular, para onde deveriam ser remanejados todos os trabalhadores informais, por que retirar apenas alguns deles, sem ao menos lhe apresentarem outra forma de sobrevivência? Penso que tal atitude é injusta, sobretudo pelo fato da ação não atingir a totalidade dos informais, mais grave ainda, é o fato do Poder Público, não dispor de uma área destinada a esse público, o que nos faz pensar que a idéia é de fato gerar um caos social. É desumano ver a incompetência dos nossos governantes quebrar nos nossos nariz. Não tenho dúvida que o termômetro elementar para medir o nível de desemprego em um estado ou município, é a quantidade de trabalhadores informais. A partir deles, temos também um quadro geral da incipiência do sistema educacional, da política de geração de emprego e principalmente, observamos o quanto se faz necessário o fortalecimento do sistema técnico de ensino.
Enquanto isso fica mais fácil para os governantes agirem com truculência a reverem suas ações políticas.
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