quinta-feira, 29 de maio de 2008

Amazônia, juventude e a sustentabilidade ambiental

A questão da preservação da Amazônia brasileira tem pautado uma série de discussões no mundo inteiro. É preciso estarmos atentos aos elementos que impulsionam esse debate.

Os altos índices de desmatamento, queimadas, biopirataria e grilagens de terras nas suas variadas formas, são, sem dúvidas elementos propulsores do destacamento do tema “Amazônia” na ordem do dia pelo mundo afora, seja pelos interesses dos organismos internacionais, seja pelas expectativas entorno da imensa riqueza ambiental que ela representa, enfim, seja pela absurda denotação de fragilidade do Estado brasileiro em tomar a Amazônia como uma questão de extrema soberania nacional, fato é que, em algumas situações, nos deparamos com países que no bojo de sua história carregam o prejuízo de um dia ter optado por se desenvolver aos moldes do sistema capitalista a revelia da consciência ambiental e que hoje insistem em querer coordenar o processo de preservação da nossa Amazônia, o que resta como um absurdo terrível, pois padecem dessa experiência. Não que o Brasil tenha essa cultura, porém as nossas riquezas ambientais continuam soberanas frente aos desmandos do próprio homem, frente aos desmandos de um país incompetente no que tange a implantação de uma política exclusiva para essa região.

Região essa, que tem buscado o desenvolvimento econômico, entretanto os exemplos que temos são, em sua maioria lamentável, pois está seguindo o caminho do sistema opressor e excludente, fruto da ausência de um modelo próprio de expansão econômica balizados nos princípios do Desenvolvimento Sustentável que em geral se apresenta sobre o tripé: desenvolvimento econômico; consciência ambiental e justiça social.

Aos exemplos dos problemas existentes na Amazônia citados acima, soma-se o vulcão social que essa corrida pelo desenvolvimento equivocado tem constituído ao longo do tempo, envolvendo os povos da região, são eles: índios; cablocos ribeirinhos, que dão um verdadeiro exemplo de relação harmônica com a natureza; as comunidades quilombolas; comunidades tradicionais, etc.

É hora de a juventude participar desse processo, ser protagonista nesse momento de grandes decisões, onde o Brasil está a um passo da decisão com relação à forma de enxergar a Amazônia. As “juventudes” que habitam a Amazônia precisam estar convictas da via alternativa de desenvolvimento existente no contexto da sustentabilidade ambiental, ecoando a sua voz para que o país inteiro possa compreender que a revolução socialista precisa combater em primeiro lugar a cultura predatória do sistema capitalista.

Nesse aspecto, a JSB precisa se apossar da experiência, modelo para o mundo inteiro de Desenvolvimento Sustentável, que foi vivenciada no Estado do Amapá durante o governo de João Capiberibe, que demonstrou de maneira singular que é possível sobrepor o modelo de desenvolvimento excludente orquestrado pelas raposas da elite conservadora desse país, estimulando o desenvolvimento econômico a partir das potencialidades de cada estado, com responsabilidade ambiental e, sobretudo, garantindo a emancipação dos excluídos que margeiam a miséria, como fez o Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá – PDSA. Pela primeira vez na história, um governador ousou transformar os princípios da Agenda 21 em plataforma de ações políticas de um governo estadual. É nosso! É patrimônio do PSB e a Juventude Socialista Brasileira - JSB precisa compreender e defender.

Caio Isacksson
Sociólogo amapaense



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