Por Rupsilva
DILEMAS DE 2010
Diferente das eleições anteriores, quando os partidos gastavam todo tempo permitido pela Lei Eleitoral para definir candidatos e coligações, acredita-se que para 2010, pelo ritimo das conversas, até o final do ano as parcerias estarão plenamente consolidadas.
Por isso as especulações correm céleres e as candidaturas já estão colocadas, independente de possíveis mudanças na lei que poderão ocorrer novamente por iniciativa do TSE, diante da omissão do Congresso.
Decisões dessa natureza e tamanho, todavia, são complicadas em razão dos múltiplos conflitos de interesse que geram, tanto no governo, na verdade um partido político, quanto na oposição.
Por isso tem mais problemas a resolver. Detentor da força do orçamento público, uma poderosa máquina de produzir votos (e talvez por isso) sofre mais intensamente o dilema de não errar, pois isso pode custar a derrocada ou continuidade do seu projeto de poder.
Num Estado como o nosso, em que decisões dessa magnitude significam questão de vida e morte para muita gente, máximo os que não sobrevivem sem as benesses do governo, administrar a escolha de um candidato é tarefa para poucos, por exigir liderança e comando firme.
Sarney, que nas ultimas eleições assumiu esse papel, experimenta no momento (quem diria?) o seu inferno astral e corre o risco de não sobreviver. Depois tem a reeleição da filha no Maranhão, talvez por isso não se faça tão presente como desejariam seus áulicos.
Do lado governista três candidaturas prosperam e buscam ganhar o apoio dos setores conservadores. Embora em vários pontos conflitantes, todas se situam no mesmo espectro ideológico e de interesses. Falo de Jorge Amanajas, Presidente da AL, de Pedro Paulo Dias, vice-governador e Lucas Barreto, ex-presidente da AL, um candidato improvável , mas que vem revelando bom potencial de voto.
Fazer conjecturas com um ano de antecedência é um exercício de futurologia com uma margem muito grande de erro, ainda mais conhecendo a natureza dos nossos políticos. Aqui talvez seja o lugar onde melhor se aplica o que dizem os mineiros sobre a arte de fazer política. Essa, a política, é como nuvem, muda de forma e direção a todo o momento. No entanto há pistas e indícios robustos que desde já nos permitem uma boa margem de acerto. Senão vejamos. A candidatura de Jorge Amanajás, uma das primeiras colocadas, ainda hoje um sustentáculo do governo Waldez, faz água e não é pouca. E sobram razões para isso. De todas, a mais relevante reside na sua origem partidária, o PSDB.
Seu pleito, apesar da legitimidade e do apoio declarado de seus pares, bate de frente com os interesses do cacique Sarney por conta de sua aliança com o Planalto e com o Presidente Lula. O senador maranhense, o mais petista dos peemedebistas, no seu estilo, deverá encarregar-se de construir o palanque de Dilma Rouseff aqui, que Amanajas, por razões óbvias, não poderá freqüentar. José Serra, candidato tucano, deverá querer o seu( palanque) também. De resto, entre Dilma e Serra, o governo optará pelo PT por uma razão de estratégia. Uma eventual aliança com o PSB, retornando uma parceria que governou (muito bem) por oito anos o Estado é impensável e indesejável pelo seu alto potencial eleitoral.
Daí depreende-se que a candidatura de Jorge, sem a musculatura governista está fadada à derrota como já sinalizam algumas pesquisas. Não bastasse esse imbróglio, WG reclama que Jorge andou torcendo pela sua cassação no recente julgamento do TSE, que o faria governador, lhe propiciando condição invejável na disputa. O episódio, se ocorreu de verdade, acabou beneficiando Pedro Paulo Dias, o vice, que vai construindo sua candidatura entre tapas e beijos com a AL, que vive vasculhando suas contas e implica com a quantidade de usuários descontentes com os serviços prestados pela sua secretaria. No momento, a confirmar, parece ser o candidato do governo. Um bom indício é a diminuição das criticas da mídia chapa branca ao seu questionável trabalho na saúde a pedido de WG.
O problema, segundo seus críticos mais ácidos, é a falta de brilho e carisma necessários a um postulante a tão ambicioso cargo. Falta-lhe mais ainda: um sólido discurso e o apoio explicito do cacique Sarney e de seu partido, o PMDB. Arrisco afirmar, com pouquíssima margem de erro, que são substanciais as possibilidades de Lucas Barreto, ou Luis Barreto para os íntimos, se tornar o candidato da harmonia como dizem. Não lhes faltam apoios importantes, dentro e fora do governo, como de seus amigos empresários e de parte do judiciário, segundo vivem falando amigos e assessores, como se o TRE fosse um partido político. Por outro lado pode seqüestrar apoio importante na AL onde goza de prestígio desde quando presidente da casa, pela generosidade e por ser um dos mentores da dita harmonia que hoje reina no Amapá. Discípulo de Sarney, Barreto é um dos arquitetos do projeto de poder da AL, que previa a eleição de um deputado para governador, de preferência ele próprio, como vinha resmungando algum tempo. Seu maior eleitor sabe o mundo político, é Zé Sarney que o nomeou assessor no Senado numa lista fantasma, agora descoberta e que se tornou um escândalo nacional. Pela vontade do Cap seria candidato ao Senado para atrapalhar Capiberibe, desafeto que freqüenta dia e noite seus mais negros pensamentos, líder em todas as pesquisas. Mas Lucas Barreto, bem avaliado nessas mesmas pesquisas, sabe que suas chances são maiores ao governo e avidamente só faz ciscar pra dentro, não dispensando sequer o PSB, apesar de Sarney. Que escaldados desconfiam, com razão, do assédio. Na sua contabilidade são muitos os aliados e “velhos companheiros”, fieis as causas populares, que debandaram, passando a odientos adversários e ardorosos defensores da harmonia e do trato heterodoxo do orçamento público. Logo...
Quanto à oposição, fica a tarefa de analisá-la pra semana. Mas desde já deixo uma recomendação àqueles que acham que o PSB está morto e que uma aliança com o PT é algo impossível: canja , caldo de galinha e lexotan.
Por isso as especulações correm céleres e as candidaturas já estão colocadas, independente de possíveis mudanças na lei que poderão ocorrer novamente por iniciativa do TSE, diante da omissão do Congresso.
Decisões dessa natureza e tamanho, todavia, são complicadas em razão dos múltiplos conflitos de interesse que geram, tanto no governo, na verdade um partido político, quanto na oposição.
Por isso tem mais problemas a resolver. Detentor da força do orçamento público, uma poderosa máquina de produzir votos (e talvez por isso) sofre mais intensamente o dilema de não errar, pois isso pode custar a derrocada ou continuidade do seu projeto de poder.
Num Estado como o nosso, em que decisões dessa magnitude significam questão de vida e morte para muita gente, máximo os que não sobrevivem sem as benesses do governo, administrar a escolha de um candidato é tarefa para poucos, por exigir liderança e comando firme.
Sarney, que nas ultimas eleições assumiu esse papel, experimenta no momento (quem diria?) o seu inferno astral e corre o risco de não sobreviver. Depois tem a reeleição da filha no Maranhão, talvez por isso não se faça tão presente como desejariam seus áulicos.
Do lado governista três candidaturas prosperam e buscam ganhar o apoio dos setores conservadores. Embora em vários pontos conflitantes, todas se situam no mesmo espectro ideológico e de interesses. Falo de Jorge Amanajas, Presidente da AL, de Pedro Paulo Dias, vice-governador e Lucas Barreto, ex-presidente da AL, um candidato improvável , mas que vem revelando bom potencial de voto.
Fazer conjecturas com um ano de antecedência é um exercício de futurologia com uma margem muito grande de erro, ainda mais conhecendo a natureza dos nossos políticos. Aqui talvez seja o lugar onde melhor se aplica o que dizem os mineiros sobre a arte de fazer política. Essa, a política, é como nuvem, muda de forma e direção a todo o momento. No entanto há pistas e indícios robustos que desde já nos permitem uma boa margem de acerto. Senão vejamos. A candidatura de Jorge Amanajás, uma das primeiras colocadas, ainda hoje um sustentáculo do governo Waldez, faz água e não é pouca. E sobram razões para isso. De todas, a mais relevante reside na sua origem partidária, o PSDB.
Seu pleito, apesar da legitimidade e do apoio declarado de seus pares, bate de frente com os interesses do cacique Sarney por conta de sua aliança com o Planalto e com o Presidente Lula. O senador maranhense, o mais petista dos peemedebistas, no seu estilo, deverá encarregar-se de construir o palanque de Dilma Rouseff aqui, que Amanajas, por razões óbvias, não poderá freqüentar. José Serra, candidato tucano, deverá querer o seu( palanque) também. De resto, entre Dilma e Serra, o governo optará pelo PT por uma razão de estratégia. Uma eventual aliança com o PSB, retornando uma parceria que governou (muito bem) por oito anos o Estado é impensável e indesejável pelo seu alto potencial eleitoral.
Daí depreende-se que a candidatura de Jorge, sem a musculatura governista está fadada à derrota como já sinalizam algumas pesquisas. Não bastasse esse imbróglio, WG reclama que Jorge andou torcendo pela sua cassação no recente julgamento do TSE, que o faria governador, lhe propiciando condição invejável na disputa. O episódio, se ocorreu de verdade, acabou beneficiando Pedro Paulo Dias, o vice, que vai construindo sua candidatura entre tapas e beijos com a AL, que vive vasculhando suas contas e implica com a quantidade de usuários descontentes com os serviços prestados pela sua secretaria. No momento, a confirmar, parece ser o candidato do governo. Um bom indício é a diminuição das criticas da mídia chapa branca ao seu questionável trabalho na saúde a pedido de WG.
O problema, segundo seus críticos mais ácidos, é a falta de brilho e carisma necessários a um postulante a tão ambicioso cargo. Falta-lhe mais ainda: um sólido discurso e o apoio explicito do cacique Sarney e de seu partido, o PMDB. Arrisco afirmar, com pouquíssima margem de erro, que são substanciais as possibilidades de Lucas Barreto, ou Luis Barreto para os íntimos, se tornar o candidato da harmonia como dizem. Não lhes faltam apoios importantes, dentro e fora do governo, como de seus amigos empresários e de parte do judiciário, segundo vivem falando amigos e assessores, como se o TRE fosse um partido político. Por outro lado pode seqüestrar apoio importante na AL onde goza de prestígio desde quando presidente da casa, pela generosidade e por ser um dos mentores da dita harmonia que hoje reina no Amapá. Discípulo de Sarney, Barreto é um dos arquitetos do projeto de poder da AL, que previa a eleição de um deputado para governador, de preferência ele próprio, como vinha resmungando algum tempo. Seu maior eleitor sabe o mundo político, é Zé Sarney que o nomeou assessor no Senado numa lista fantasma, agora descoberta e que se tornou um escândalo nacional. Pela vontade do Cap seria candidato ao Senado para atrapalhar Capiberibe, desafeto que freqüenta dia e noite seus mais negros pensamentos, líder em todas as pesquisas. Mas Lucas Barreto, bem avaliado nessas mesmas pesquisas, sabe que suas chances são maiores ao governo e avidamente só faz ciscar pra dentro, não dispensando sequer o PSB, apesar de Sarney. Que escaldados desconfiam, com razão, do assédio. Na sua contabilidade são muitos os aliados e “velhos companheiros”, fieis as causas populares, que debandaram, passando a odientos adversários e ardorosos defensores da harmonia e do trato heterodoxo do orçamento público. Logo...
Quanto à oposição, fica a tarefa de analisá-la pra semana. Mas desde já deixo uma recomendação àqueles que acham que o PSB está morto e que uma aliança com o PT é algo impossível: canja , caldo de galinha e lexotan.
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