sexta-feira, 12 de junho de 2009

Waldez cometeu “estelionato eleitoral”, diz Camilo Capiberibe

Por Emanuel Reis
Discurso do deputado do PSB foi feito durante votação de requerimento do deputado Kéka Cantuária, líder do PDT.

A farra dos contratados administrativos no governo estadual começa a entrar na sua fase de rebordosa. Reconhecidos instrumentos de barganha eleitoral nas eleições de 2006 e 2008, que culminaram com a reeleição do governador ao segundo mandato, e dois anos depois, com a eleição do primo dele, Roberto Góes, para a Prefeitura de Macapá, começam a minar as colunas já carcomidas do Palácio do Setentrião e expõe a rapinagem deslavada antes mantida sob o manto da beatitude politico-administrativa constituída como bandeira da gestão Waldez Góes.

Deputado estadual e atual líder da bancada governista na Assembleia Legislativa do Estado do Amapá, Keka Cantuária (PDT) está no meio des se novelo também acusado de contratações irregulares quando era secretário da Administração do governo Waldez Góes. Segundo o Ministério Público do Estado, Cantuária coordenou a manobra para garantir a conquista de uma cadeira no legislativo estadual, nas eleições gerais de 2006. Conforme estimativas projetadas no decorrer das investigações, foram 200 contratados administrativos capitaneados pelo parlamentar pedetista.

A história mais escabrosa a emergir do mar de irregularidades no governo de Waldez Góes saiu da Secretaria de Estado da Educação (SEED), leia-se José Adauto Santos Bitencourt. Conforme o deputado estadual Camilo Capiberibe (PSB/AP), foram mais de 1.500 contratos administrativos só na SEED preenchidos como apoio para as campanhas eleitorais de 2006 e 2008. “Boa parte desses contratados funcionaram também como cabos eleitorais “, assinalou o socialista em pronunciamento contundente feito no plenário da AL, durante sessão ordiná ria de segunda-feira, 8 de junho.

Apesar de portar um escândalo desse quilate no currículo, Adauto Bitencourt mantém a postura de gestor probo, aparentemente preocupado só com a Educação no Estado do Amapá. Tanto que procura responder, em tempo recorde, aos requerimentos remetidos a ele pela bancada oposicionista na Assembleia Legislativa. Foi assim com o ofício de número 0935/09 no qual o deputado do PSB solicita informações detalhadas sobre todos os contratos administrativos em andamento na SEED.

A resposta de Bitencourt veio a galope. Segundo o ofício número 127/09, do gabinete do secretário, “(…) o quantitativo de contratos administrativos é de 1.497 professores”. Em seguida, esclarece “(..) que serão convocados 654 concursados da lista de espera do concurso público realizado em 2005 (…)”. Ora, raciocina Capiberibe, se o governo já sabia quais eram os aprovados no concurso realizado naquele ano, por que não fez a imediata conv ocação deles? “A resposta é simples: se convoca os concursados aprovados não sobrariam vagas para negociar na campanha eleitoral de 2006 e 2008.

Agindo dessa forma, assinala o parlamentar, Waldez Góes enganou os concursados. No entendimento do socialista, são faltas gravíssimas cometidas pelo principal governante do Estado que precisam ser investigadas em toda a sua extensão e sopesado os malefícios que causaram à sociedade amapaense. “Foi um enorme crime de estelionato, pois, as pessoas aprovadas em concurso que aguardavam convocação para ocupação das vagas na SEED votaram no governador Waldez Góes, nas eleições de 2006. E os contratos administrativos, pela sua vulnerabilidade também”, concluiu. Apesar de Keka Cantuária estar presente no plenário nem ele nem nenhum deputado da base do governo respondeu aos questionamentos do deputado oposicionista.

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